CONSTRUINDO O MANIFESTO DA FOTOGRAFIA SENSÍVEL

Um fotógrafo e o Instagram numa envolvente viagem psicológica
ou
como subverter o Instagram para contar histórias verdadeiras

Usando o Instagram cada vez mais me pergunto:

      O que é fotografia? Qual o papel dela em nossas vidas? O que torna uma foto autêntica? Como contar uma história através de imagens se elas apenas passam rapidamente por debaixo dos meus dedos? Para mim o Instagram é pura provocação.

      Como artista não devo fugir de toda essa modelagem e restrições que impedem uma história sensível, verdadeira e profunda de ser contada?

      Meu primeiro impulso foi entrar de cabeça nos intermináveis swipe ups e surfar em todas as tendências, tudo é novidade, lindo, glamouroso. Tudo merece um coração. É um sentimento de grande entusiasmo, um frenesi… pura endorfina.

      Mas depois de pouco tempo mergulhado na telinha vem a fadiga. Há muito do mesmo, só repetição, sempre as mesmas idéias superficiais, fica claro que essas plataformas digitais são mais apropriadas para exibir anúncios do que para contar histórias, senti um tédio e desânimo paralisador.

      Dessa dualidade e incômodo enxerguei a oportunidade desafiadora da idéia que se formava em minha mente: “Preciso fazer uma Manifesto“.

      Daí em diante muita coisa fluiu… idéias se formavam com facilidade, os valores e conceitos que venho desenvolvendo durante os últimos anos também. Esses meus questionamentos e minha interação com o meio digital estava presente nessa obra, nesse MANIFESTO…

      …que é imagem, que é prosa, que é poesia, que é design, mas que principalmente é vida, verdade e uma vontade de fazer o coração bater.

Por que MANIFESTO?

      O Manifesto é um texto que escrevi já faz algum tempo em resposta a essa vontade de valorizar a fotografia do real, da vida em sua complexidade, para enfatizar que o mais importante é: o sentimento verdadeiro, a “vida vivida”. E que essa é a maior expressão narrativa! É assim que eu conto histórias através de imagens.

      Esse sentimento vem em resposta à avalanche de imagens ultra produzidas, hiper reais,  que em última instância são falsas. São fotos que pertencem muito mais ao fotógrafo do que a quem é fotografado. Imagens épicas, idílicas, glamourosas mas que não transmitem verdade. Eu entendo a vontade de se viver uma fantasia e valorizo muito isso, até faço essas fotos, mas não dá pra ser fantasia o tempo todo, é importante ter o pé no chão.

      Eu escolhi para histórias que conto valorizar a beleza do real, do “sutil gesto”, “a lágrima embargada”, o “sorriso contido”, “o que há de oculto”.

      Para experimentar algo mais profundo no real e espontâneo é preciso paciência, atenção e sensibilidade. Uma boa história não se limita ao final feliz no último capítulo. Existe um arco narrativo que se tenciona pelas emoções e expectativas que só depois desse caminho conseguimos apreciar.

      Uma história tem seu começo, seu crescimento, movimentos de vai-vem e contrastes, é isso que a torna interessante.

Subversivo, mas com carinho 😉

      Foi preciso romper os princípios básicos do Instagram para realizar o MANIFESTO como idealizei, só assim foi possível contar uma história mais complexa.

      O feed é uma corrente, um fluxo, parte do conceito é que não há um começo e um fim, não há marcação de ênfase, é contínuo, tudo tem o mesmo peso. É aprisionador.

-Não aos posts diários

      Fica impossível contar uma história de letra em letra, de palavra em palavra. Uma história precisa de frases, parágrafos e capítulos assim como a vida. 

      Decidi publicar mais de 300 posts de uma só vez. Assim foi possível estudar, planejar e desenvolver uma narrativa coesa, apresentar um projeto com começo meio e fim. Foi como publicar um livro.

-Não ao feed, vida longa ao grid

      Também não me contive no formato quadrado para os posts, rompi com as barreiras. Algumas imagens funcionam verticais, outras horizontais, algumas precisam estar maiores e outras só fazem sentido lado a lado. O FEED foi ficando pra trás. O MANIFESTO só faz sentido quando visto no modo de GRID. 

      Lembre-se de clicar no [LINK] do perfil do INSTAGRAM e ver em modo grade.

Hoje, eu estou super contente com a publicação do manifesto.

      Foi um trabalho árduo de meses onde contei com a colaboração de inúmeras pessoas. Obrigado a todos os envolvidos! Valeu a pena toda dedicação e esforço para oferecer à você essa experiência!

      Hoje me sinto realizado.

Felipe Foca – Fotógrafo e Empresário

–Esse projeto não se encerra aqui, crescerá em novos formatos e plataformas.

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Manifesto da Fotografia Sensível

FOTOGRAFIA!
Mais que luz, sombra, cor no papel e telas, fotografia é vida.

FOTOGRAFIA!
É o sutil gesto, a lágrima embargada, o sorriso contido, o que há de oculto que deseja se revelar.

FOTOGRAFIA!
Também é o sorriso amplo, o choro aberto e feliz, o que se deseja celebrar e compartilhar.

O olhar, o toque, o sorriso e lágrima são a expressão física de algo profundo no coração, são a matéria prima da verdadeira fotografia.

A fotografia não é um fim, não existe por si. É um meio, um veículo que funciona como um gatilho que trás o sentimento vivido no passado para o presente.

A verdadeira fotografia é sensível representa e causa emoção.

Fotografia é legado. Em álbuns, livros, posters, porta retratos, sites, tablets a Fotografia é o tesouro que deixamos para o futuro.

Fotografia é a marca da vida vivida na sua complexidade, da vida diversa de todas as cores à vida de extremos do preto e branco.

É expontânea, é luz, sombra, lágrima, sorriso, ,lembrança, cor, arte, sensível, complexa. Fotografia é você.

Quem sou eu? Seu fotógrafo.

Por: Felipe Camarneiro

Fotógrafo

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